Hoje vamos falar de um tema que muitas empresas tentam ignorar, mas que pode custar caro: a relação entre a falta de efetividade do programa de compliance e o risco de fraudes.
O que é Compliance no âmbito prático?
Compliance nada mais é do que estar em conformidade com leis, regulamentos e normas internas. Parece simples, né? Mas a prática pode ser bem mais complexa. Quando uma empresa não leva o compliance a sério, abre portas para riscos graves, especialmente a fraude.
Exemplos Reais
Vamos dar uma olhada em alguns casos que exemplificam bem essa relação:
- Enron: A gigante de energia americana colapsou em 2001 por fraudes contábeis.
A falta de controles internos eficazes permitiu manipulações financeiras que resultaram na maior falência da história dos EUA na época.
- Petrobras: Nossa brasileira, envolvida no escândalo de corrupção da Lava Jato.
A ausência de um programa de compliance efetivo facilitou desvios bilionários.
- Volkswagen: O caso do “Dieselgate” mostrou como a manipulação de testes de emissões foi possível devido à falta de uma cultura de compliance robusta.
Reflexão Profunda
Por que essas empresas falharam?
A resposta está na cultura organizacional. Se a alta administração não valoriza o compliance, os funcionários também não o farão. Isso cria um ambiente propício para fraudes e outras irregularidades. A efetividade de um programa de compliance não depende apenas de políticas e procedimentos, mas de uma cultura ética disseminada por toda a organização.
Dicas Práticas
- Treinamento Contínuo: Ofereça treinamentos regulares sobre ética e compliance.
Como Fazer: Desenvolva módulos de treinamento que abordem situações reais e dilemas éticos. Use e-learning, workshops presenciais e webinars. Certifique-se de que todos os funcionários, desde os novos até os mais antigos, participem regularmente.
- Liderança pelo Exemplo: A alta administração deve ser a primeira a seguir as regras.
Como Fazer: Líderes devem participar ativamente dos treinamentos e comunicar regularmente a importância do compliance. Estabeleça políticas de “zero tolerância” e aplique-as de forma consistente, mostrando que ninguém está acima das regras.
- Canais de Denúncia: Implemente canais anônimos para que os funcionários possam relatar irregularidades.
Como Fazer: Crie um sistema de denúncias anônimas, como uma linha direta ou uma plataforma online. Garanta confidencialidade e proteja denunciantes contra retaliação. Promova a existência desses canais para que todos saibam como e onde denunciar.
- Auditorias Regulares: Realize auditorias internas para detectar e corrigir falhas.
Como Fazer: Planeje auditorias periódicas e surpresas. Utilize uma equipe interna de auditores ou contrate auditores para uma visão imparcial. Analise processos críticos e revise controles internos para identificar pontos fracos.
Conclusão
Investir em um programa de compliance efetivo é garantir a sustentabilidade e a integridade da sua empresa.
Por: Jorge Krening | Executivo de Auditoria Interna | Gerenciamento de Riscos & Controles Internos | Governança Corporativa | Conformidade | Controladoria | Head de Riscos, Compliance & Auditoria Interna na Russell Bedford Brasil